Se você faz parte do mundo das finanças ou quer começar a investir, com certeza já ouviu falar em investimentos de renda fixa e a sua breve definição, de serem “seguros, mas pouco rentáveis”.
É claro que existem outros fundos e maneiras de expandir seus investimentos, e quando você busca um rendimento maior e entende seu perfil de investidor para a tomada de decisões mais arriscadas, o mercado oferece possibilidades que podem ser vantajosas.
Uma alternativa popular entre investidores de mais aporte e experiência, e que tem crescido muito no Brasil é o Fundo de Investimento em Direito Creditório (FIDC).
Antes de continuarmos, que tal um exemplo que pode te ajudar a entender mais sobre o fundo?
Digamos que sua empresa realizou uma venda que foi paga com um cheque pré-datado para daqui 30 dias.
Você possui esse título de crédito, o cheque pré-datado, que atesta o compromisso de pagamento do cliente com sua empresa. O direito creditório é, como o nome já diz, o direito que sua empresa tem de receber o valor da negociação com seu cliente.
O FIDC é formado por investidores que compram esses direitos creditórios de uma empresa e se tornam os responsáveis pelo valor que o cliente se compromete a pagar. Isso quer dizer que a empresa que vendeu esse título creditório recebe antecipadamente o valor da venda.
Quando o cheque, nesse caso, for descontado de fato, quem vai receber o valor não é mais a empresa inicial, e, sim, os investidores do FIDC.
O FIDC pode ser acionado não só em operações de vendas, como também em negociações imobiliárias, industriais, financeiras, prestação de serviços e arrendamentos.
Características
Por se tratar de um fundo formado por investidores mais experientes e arrojados, o FIDC tem uma série de critérios de perfil para que você possa iniciar seu investimento ali.
Esses critérios são importantes para manter a liquidez do fundo e para manter sua segurança financeira em relação aos investimentos.
A pessoa que tem o perfil para iniciar os investimentos no FIDC segue os seguintes critérios:
- Possui a certificação da Comissão de Valores Mobiliários, o CVM. Exercendo a função de analista, agente autônomo, administrador ou consultor de carteira;
- Faz parte de um grupo gerido por uma pessoa com a certificação citada acima;
- investe profissionalmente;
- Possui mais de R$1 milhão em investimento comprovado, pessoa física ou jurídica;
- E a estrutura do fundo o diferencia da maioria dos fundos, por ser uma forma de administração e de investimento diferente dos demais.
Além dessas características principais, existem algumas nomeações para quem pertence a uma operação FIDC:
- Cedente: empresa que possui os direitos creditórios,
- Custodiante: financeira responsável pela posse e controle dos recebíveis do fundo;
- Estruturadores: instituição ou companhia jurídica responsável por executar a operação;
- Administrador: responsável legal pelo FIDC e por angariar recursos através da venda de cotas;
- Cotistas: os investidores do fundo.
O FIDC também tem duas modalidades na hora de entrada e saída de cotistas. O modelo aberto permite que os cotistas se retirem do fundo a qualquer momento, enquanto o fechado só tem a possibilidade de entrada e saída no fim do período estipulado para aquele fundo.
Vale a pena investir no fundo?
O FIDC tem uma proposta que pode ser muito interessante na hora de investir: a de render mais do que a renda fixa, e o fato de ser fiscalizado por mais de uma instituição, o que oferece maior segurança para os integrantes do fundo.
O que acontece é que agências de rating, que avaliam riscos, podem checar e determinar se o fundo de um direito creditório é vantajoso ou não.
Essas avaliações acontecem a cada três meses, mais ou menos, e o investidor pode ter uma noção se o crédito tem qualidade e se a operação é confiável.
Passo a passo de como investir em FIDC
Como falamos acima, por ser uma forma de rentabilidade potencialmente mais alta e mais segura, investir no Fundo pode ser uma boa opção de carteira.
Se tem interesse em começar a investir no FIDC é necessário que você:
- possua uma conta em uma corretora que trabalhe com a opção do Fundo, como nós aqui na Simples
- saiba qual o seu perfil de investidor, conforme mostramos nos tópicos anteriores
- possua o valor mínimo destinado a aplicação, que começa em R$25 mil
- escolha o FIDC ideal para seu investimento inicial.
Depois de ter conferido que se encaixa nos perfis para investir no FIDC e se certificar dos passos anteriores, você pode dar início aos investimentos no fundo.
Para essa aplicação mínima R$25 mil. A rentabilidade média gira em torno de 3% a 4% de CDI por ano. Vale lembrar que o CDI é o certificado de depósito interbancário, uma forma de captação ou aplicação de recursos excedentes dos bancos.
Quais são as taxas?
Tanto para receber a antecipação do fundo, quanto para investir nele, existem taxas anexas à operação, que seguem um padrão de tributação. Embora outras estruturas do FIDC sejam diferentes de outros tipos conhecidos de fundos de investimento.
O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), por exemplo, é recolhido e cobrado regressivamente para resgates realizados antes de 30 dias. Já o Imposto de Renda é tributado conforme a tabela abaixo. Ela também é regressiva e aplicada diretamente na fonte.
Até 180 dias | 22,5% |
Entre 181 e 360 dias | 20% |
Entre 361 e 720 dias | 17,5% |
Acima de 720 | 15% |
Quais são os riscos para os investidores?
Por se tratar de um fundo de investimento que compra direitos creditórios, o valor dos títulos pode não acontecer por parte do cliente que possui a dívida.
E, justamente por ser um fundo que envolve compras e vendas de direitos creditórios entre terceiros, o FIDC não possui a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
Então o risco de inadimplência é um fator que reforça a ideia de que para investir no FIDC é importante que você já tenha uma liquidez inicial enquanto investidor. E que possa arcar com possíveis riscos de inadimplência dos clientes das negociações iniciais.
Para investidores que possuem este perfil a inadimplência é considerada, mas as possibilidades de retorno superam o risco. Para reduzir o potencial de risco, é importante escolher empresas administradoras que tenham preocupação com a análise dos títulos que farão parte do fundo.
Conclusão
E então? Investir no FIDC pode valer a pena para você?
De qualquer forma, conhecer novas modalidades de investimento e entender como elas funcionam é importante para diversificar sua carteira e expandir seus rendimentos.
Esperamos que esse conteúdo possa ter ajudado a entender mais sobre o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios e sua dinâmica financeira.
A venda de direitos creditórios é uma forma de aumentar o fluxo de caixa e capital de giro da sua empresa, te dando a possibilidade de quitação de dívidas e até de investimentos que estavam fora dos planos.
Agora, talvez a FIDC não seja para esse momento atual da jornada do seu negócio, mas nem por isso você precisa ficar sem receber à vista suas vendas a prazo. Além da Simples trabalhar com FIDC, também fazemos a antecipação de recebíveis. Uma outra forma de estimular a expansão de sua empresa.
E por último, se esse artigo te ajudou a esclarecer melhor as formas corretas de se investir em FIDC, volta aqui mais vezes. O Blog da Simples tem conteúdos exclusivos e focados em educação financeira para otimizar o seu desempenho em gestão empreendedora.