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FIDC: Saiba o que é esse fundo e como funciona

  • Categoria do post:Finanças

O que é FIDC? 

Se você entende um pouco sobre investimentos, ou está começando a dar os primeiros passos, certamente já ouviu falar em renda fixa e renda variável, certo?

Apenas para resumir um pouco, os investimentos de renda fixa são aqueles que possuem baixo risco ao investidor, mas que, por outro lado, vem com ganhos menores. As taxas são pré-definidas, o que lhe permite projetar o lucro que terá ao final do contrato de investimento.

É justamente nesse cenário de investimentos de renda fixa que entra o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), como apenas uma das várias opções, mas que já ultrapassa R$120 bilhões investidos no Brasil. Ainda que hoje ele seja procurado por perfis mais experientes de investidores, muito se fala na abertura das aplicações para todos os brasileiros.

Pensando em todos este crescimento, esse conteúdo vai te contar tudo o que você precisa saber sobre o FIDC, e te ajudar a entender melhor como ele funciona, vantagens, desvantagens e muito mais.  

Como o FIDC funciona?  

Vamos imaginar que você é o dono de um negócio e realizou uma venda a prazo para um cliente, que lhe pagou com alguns cheques pré-datados. Em um cenário padrão, você aguarda mensalmente para que esses cheques possam ser descontados, certo?

Com o FIDC, você tem a possibilidade de vender esses recebíveis ao grupo de investidores que compõem esse fundo. Uma taxa por essa venda é cobrada, mas por outro lado, você tem acesso ao dinheiro à vista para fazer investimento na sua empresa, ou mesmo quitar dívidas. Essa taxa descontada vira rendimento aos membros do fundo, por terem lhe cedido o dinheiro antecipadamente.

Além de cheques, como falamos acima, duplicatas e boletos são alguns dos outros recebíveis negociados em um FIDC. Ainda que o FIDC seja destinado ao investimento em direitos creditórios, outros títulos também podem ser negociados pelos membros do grupo. No entanto, por lei, 50% do patrimônio do fundo deve se manter exclusiva aos recebíveis futuros.

Para quem investe, existem duas modalidades de investimento, que estão associadas diretamente ao prazo de duração:

 – FIDC aberto: o dinheiro investido pelos membros do fundo pode ser resgatado a qualquer momento, corrigido de acordo com as normas definidas em contrato. O prazo para esta modalidade é indeterminada;

– FIDC fechado: por outro lado, nesta modalidade o investimento não pode ser resgatado até o encerramento do fundo, que nesse caso tem prazo definido.

Quem pode investir?  

Mesmo sendo uma modalidade de renda fixa que, conforme falamos, apresenta baixo risco, atualmente é preciso ter algumas características específicas para que seja possível investir em FIDC.
Entre outros motivos, está a capacidade e possibilidade de assumir riscos como a inadimplência. Já que esses investidores estão lhe adiantando um dinheiro de uma venda que já aconteceu, mas que nem todas as parcelas foram quitadas ainda, eles também precisam entender que talvez elas não sejam, pelo menos não no prazo estabelecido.

 Dito isso, quem pode investir:

  • investidores que possuam certificação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O registro deve ser de agentes autônomos, analistas, administradores ou consultores de carteira;
  • investidores que formem grupos, mas que sejam geridos por alguém que possua alguma das certificações que mencionamos acima;
  • investidores profissionais;
  • pessoas físicas ou jurídicas com mais de R$1 milhão em investimento, comprovados por termo assinado.  

Quais são os tipos de cotas do FIDC? 

Os tipos de cotas também são importantes para quem investe, porque definem a prioridade de pagamento dos juros:

 – cota sênior: aqui o objetivo é um rendimento pré-fixado. O risco é menor, assim como a rentabilidade. O investidor também possui prioridade no recebimento de juros, amortização do valor ou mesmo o resgate, caso seja optante do FIDC aberto;

 – cota subordinada: esta modalidade possui rentabilidade maior, mas os riscos também são. Como a preferência de recebimento é dos cotistas sêniores, quando chega o momento desta modalidade, a inadimplência pode impedir o rendimento.

Quais são as partes envolvidas no FIDC? 

As partes envolvidas são, basicamente, as figuras que fazem parte do processo, e que permitem que o fundo de investimento funcione bem para todos os envolvidos:

Cotistas: são os investidores. Os que pertencem ao fundo;

Custodiante: instituição financeira responsável por receber e gerenciar os valores que serão recebidos através dos cheques, duplicatas, aluguéis e etc.;

– Administrador: responsável por vender as cotas disponíveis aos investidores. O administrador também é responsável legal pelo fundo;

– Estruturadores: instituição financeira ou jurídica, que desenvolve o fundo e toda a operação necessária, incluindo a indicação dos demais componentes;

Gestor: é ele quem – normalmente – possui a maior experiência de análise, e fica responsável pela tomada de decisão, como compra e venda de determinados ativos;

Cedente: por fim, um dos elementos mais importantes. O Cedente é o titular original dos direitos creditórios. Caso você e seu negócio vendam estes direitos a um FIDC, você será o cedente deste fundo.


Qual a rentabilidade do FIDC?

Investidores acostumados com opção de renda fixa, também estão acostumados a rendimentos menores, já que os riscos tomados costumam ser inferiores aos demais. Mesmo assim, algumas opções de FIDC podem chegar a 120% do CDI.

As oportunidades de maior rentabilidade se devem ao fato da divisão de cotas seniores e subordinadas. Enquanto uns assumem um risco maior aguardando que os outros recebam juros, outros preferem uma taxa pré-fixada que, mesmo que menor, são sempre as primeiras a chegar.

Entre os modelos de remuneração, estão os percentuais do CDI, como o exemplo que demos ali no começo; índices de preço como IGPM e IPCA e as taxas prefixadas, que também já comentamos antes. 

Existe tributação no FIDC? 

Ainda que o FIDC tenha suas particularidades para um fundo de renda fixa, a tributação dos investidores segue a mesma que para os cotistas de outras opções. 

Vale lembrar que o Imposto de Renda é retido de acordo com a tabela disponibilizada todos os anos pela Receita Federal, e o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras),  é regressivo para resgates que são realizados em menos de 30 dias.   

Diferença de FIDC e Factoring? 

Para o mercado, uma factoring e um FIDC realizam a mesma operação: a antecipação de recebíveis

Se você é dono de um negócio e costuma realizar vendas a prazo, pode utilizar uma factoring para receber à vista o dinheiro que só entraria no seu caixa em um momento futuro.

Ao invés de recorrer a empréstimos, que costumam ter taxas maiores e um processo muito mais burocrático de análise de crédito, a factoring é capaz de lhe garantir o valor com mais agilidade e taxas menores, já que a venda já foi realizada. Isso significa que a dívida existe, apenas não foi quitada ainda.

A diferença de um FIDC está em sua constituição jurídica. Enquanto o fundo é formado por um grupo de investidores regulados pela CVM, uma factoring tem constituição de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI).

É importante esclarecer que ao fazer a antecipação de recebíveis em uma factoring, também existe um processo de análise de risco, já que é necessário entender o perfil dos seus clientes e seu potencial de inadimplência.

Para entender melhor como isso funciona, nós temos um conteúdo exclusivo sobre a análise de risco aqui na Simples.    

Vantagens e Desvantagens 

Se você se enquadra em um dos perfis de investidor que podem tornar-se cotistas de um FIDC, certamente uma desvantagem está no risco mais elevado do que se costuma assumir em renda fixa.

No entanto, a possibilidade de rendimentos muito acima do que se espera para uma modalidade de renda fixa, e de ser possível resgatar o investimento antes do final do contrato, pode valer a pena quando ele é realizado com cautela, e respeitando o seu perfil de investidor.

Outro ponto importante é saber que o FIDC não tem proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), mas por outro lado, conta sempre com um profissional credenciado e experiente na gestão desse tipo de fundo.

Conclusão 

E então? O que achou? Esperamos que esse conteúdo possa te ajudar a esclarecer suas dúvidas e entender melhor como funciona o FIDC.

Entre riscos e vantagens, esta modalidade é, certamente, uma das opções de investimento que mais cresce no Brasil. Ficar por dentro do que ela pode lhe oferecer, é também garantir bons rendimentos futuros. 

Se você gostou, acompanhe a gente aqui no Blog da Simples. Nossos conteúdos voltados à antecipação de recebíveis e educação financeira, podem ser ferramentas importantes para você que quer ser um investidor, ou mesmo como empresário que busca alavancar suas vendas. 

A Simples é uma factoring especializada na antecipação de boletos, cheques e duplicatas, e nossa equipe sabe a importância de entender o seu modelo de negócio e lhe oferecer o melhor serviço.  

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